UMA CENA DE AMOR
por Broto Verbo
O acre sabor do vinil que a pele açambarca,
confisca-lhe a boca lasciva num beijo devasso...
No toque macio da borracha que o excita,
despreza o embate do chicote que o espanca…
Amarra o garrote nos ferros da cama que range,
prendendo-lhe os pulsos com vil rebeldia e astúcia…
Na dança frenética que a loucura suscita,
desnuda o corpo que o domina e abranda…
Sela a marca das unhas na tez luzidia
com a saliva que corre da língua insalubre e faminta…
E no abrigo que se abre ao prazer libertino,
deposita-lhe o falo que a açoita, desanca e fustiga…
Firme, abocanha-lhe os seios com tenacidade,
deixando os mamilos ensanguentados e tesos…
No pescoço rosado que aperta e com força estrangula,
traça o destino que ali logo se agiganta…
Sente no cóccix a lava pronta a ser expelida,
numa erupção eminente, branca e viscosa…
E nos lábios carnudos, mordiscados e entreabertos,
jorra o deleite divino que o expurga e liberta…
Sela a marca das unhas na tez luzidia
com a saliva que corre da língua insalubre e faminta…
E no abrigo que se abre ao prazer libertino,
deposita-lhe o falo que a açoita, desanca e fustiga…
BROTO VERBO: letra, vozes e música
Tema incluído na maquete "Na Tua Língua Meu Alívio de Dor"
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