HOJE SOU EU QUE PRECISO

AMANHÃ TU, HOJE SOU EU QUE PRECISO
por Broto Verbo

Na terra seca onde a poeira se levanta,
com o passar leve, mesmo ao longe, de uma brisa,
cravo os meus dedos que se tornam alavanca,
abrindo o chão que aqui, raro, se pisa…

Uma semente eu coloco lá no fundo.
Neste buraco, penso eu, há-de singrar!
Quando a colher, por fim, se espante o mundo,
com o poder colossal do seu curar…

Mas que especial atributo afinal tem,
que esta diferença possa assim ela fazer?
Não é segredo que se esconda de alguém,
daqui a pouco toda a gente o vai saber…

A terra seca que eu refiro no começo,
onde a poeira, de tão fina, não se prende,
é a letargia de algum povo que eu conheço,
elucidado a disfarçar que não entende…

É tempo, pois, de incutirmos a magia!
A tal semente da qual eu falava então…
Unirmos esforços, todos juntos, pra que um dia,
do sofrimento nem reste a recordação…

Esse buraco em que vai ela germinar,
é a nossa mente com toda a sua virtude,
que na soberana figura do seu pensar,
talha estes feitos de tão gigante amplitude…

E o milagre espalha-se como um contágio!
Amanhã tu, hoje sou eu que preciso.
Era afinal a dita cura um presságio,
de um acto nobre, tão grande, quanto conciso.

Nesta partilha que nos salva uns e outros,
deste mal vil que nos fere a qualquer momento,
um agraciado, deste burgo ou mesmo doutros,
não esquecerá quem lhe atender seu chamamento…

Singra a semente, seu poder não se especula,
criando neste, um universo de outra cor.
Do baixo dorso quem de si doa medula,
também se dá como um pedaço de amor.



Para a iniciativa "Solidários até à Medula"
Campanha para a APCL
(Associação Portuguesa Contra a Leucemia)

1 comentário:

André Leão disse...

Oi Carlos,

desculpa lá a descontextualização do post, mas sabes qual vai ser o programa do Beat Club da próxima 6ª feira, dia 19. Penso que vais estar numa conferência em Lisboa, logo não deverás estar lá como DJ, não é?